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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

The Flexionators!




Em 2005, Pedro Trocoli, o Mongo'o, na ânsia de fazer Rock'n'Roll insistiu com Nelsinho (Nelson Vander, que tocava bateria na época) para começarem uma banda. O Nelsinho topou e levou com ele o baixista Gustavo (Anastésia, Sound Machine) e com essa formação fizeram uma participação(jam) num show dos Snakes no bar do Hanoi numa data que não me lembro em 2005. Foi a primeira vez que vi o Mongo'o tocando, e no mesmo dia me convidaram pra entrar pra banda. Levei comigo o Daniel Mudo (Snakes, Snowflake, Arcaicos, Jarra de Moscas, etc.) 



Já em 2006, ajustamos a formação da banda com o Daniel na bateria, Gustavo no Baixo e eu e o Pedro nas guitarras e foi com essa formação que começamos a compor.
Nos Flexionators, desde o começo tínhamos o ideal de trabalhar em som próprio, o que no meu ponto de vista, era o nosso maior diferencial entre as bandas da região pois, não só na nossa região, mas em todo o Brasil infelizmente há essa insistência do público, dos estabelecimentos e das bandas em tocar música cover, fato que acaba inibindo o surgimento de bandas com som autoral e empobrecendo a cena musical. Mas isto é outra história que não vem ao caso nesse momento. Ressalto que, apesar de poucas, tivemos/temos sim algumas (ótimas) bandas de som autoral em Arcos e região, como é o caso da Todos os Céus (da galera do Rodinho e do João Paulo que, desde a época da Arcadya trabalham em som autoral), Anastésia, Snakes Road entre outras.
Desde o começo tentávamos encontrar um ponto de partida para começar a compor, mas não saía nada. Até que certo dia, despretensiosamente o Mongo'o criou coragem e nos mostrou uma música que tinha feito, ficamos de cara! A música se não me engano era "Groove", na sequência tocou mais duas, "Eu avisei" e "Pretty Blond Blue Eyed Girl".
No mesmo dia, empolgados com as músicas, fomos pra casa do Gustavo e praticamente viramos a noite trabalhando nessas músicas. Nos dias seguintes tínhamos "Minha Cueca Azul Calcinha", "Pretty Blond Blue Eyed Girl", "Eu avisei", "Groove" e "Roadie Fanfarrão". A partir daí, o Mongo'o não parou. 
Gravamos "Monstros" e "Roadie Fanfarrão" na casa do Lucas Sagaz, com a produção dele ainda em 2006.
Infelizmente essas gravações ficaram guardadas até recentemente, quando as disponibilizamos no SoundCloud:


Na virada do ano de 2006/2007 fizemos uma festa na casa do pai do Gustavo, festa que chamamos até hoje de "Reveillon muito louco", pois foi uma loucura. Essa festa foi a primeira vez que nos apresentamos ao vivo para algum público, mesmo sendo apenas amigos e familiares. Tocamos as nossas músicas, inclusive um esboço de "A tartaruga e o jabuti", e também tocamos alguns covers de "The Who", "The Yardbirds", "The Beatles", "Cachorro Grande", além de alguns inusitados como "Preto Velho - Secos & Molhados" e "Hey Joe - Hendrix".
Como eu disse anteriormente, infelizmente essas gravações ficaram paradas mas, curiosamente nessa época já tínhamos o nome do disco e até uma provável capa. Haha.
Capa do Flexão Científica caso tivesse sido lançado em 2006.
2007 foi um ano muito parado para nós, não me lembro quais os motivos. Talvez pelos mesmos motivos que nos atrapalham até hoje (trabalho, estudos, etc.) mas no fim do ano de 2007 voltamos a tocar com uma formação diferente e muito inusitada. 
Desde a entrada do Daniel na banda, tivemos uma característica que não era comum entre as bandas de Arcos, o "rodízio de instrumentos entre integrantes". Explico: O Daniel tocava baixo na maioria das bandas em que fez parte, mas nos Flexionators ele entrou tocando bateria! Até aí tudo bem, mas no fim de 2007 com a saída do Gustavo da banda colocamos mais dois integrantes, Victor Lasmar (Pehnacova) e Jefferson de Oliveira (Jeffão). O Jefferson entrou no baixo no lugar do Gustavo e o Pehnacova entrou como baterista, o Daniel nessa época assumiu os teclados! Fizemos alguns ensaios e inclusive tenho uma gravação extremamente amadora comigo no vocal de "Eu Avisei" dessa formação. Infelizmente essa formação também não foi pra frente, e creio ter uma grande parcela de culpa nisso, pois nessa época não levei muito a sério os ensaios. 
Em 2008, reformulamos mais uma vez a formação da banda, desta vez em definitivo. O Daniel foi pro baixo e o Jeffão pra bateria, continuamos eu e o Pedro nas guitarras. Nessa época todos os integrantes, exceto eu, moravam em Belo Horizonte e isso facilitou muito para que a banda retomasse os ensaios e voltasse a trabalhar nas músicas. Durante o ano de 2008, após vários ensaios dos três (Daniel, Jeffão e Mongo'o) e alguns comigo, tínhamos muitas músicas prontas. 
Um dos ensaios em BH sem a minha presença.
O tal gravador utilizado para essas gravações.
Nas férias do fim de ano de 2008 fomos pra casa do Jeffão, e começamos a tentar gravar essas músicas. A gente não tinha dinheiro, muito menos conhecimento técnico. Mas tínhamos vontade e criatividade, haha. Começamos a gravar com um velho gravador de fita k7 do Daniel, e conseguimos gravar todas as músicas que gravaríamos pro Flexão Científica. Porém, obviamente o resultado não foi dos melhores com esse gravador. Devido à nossa escassez de recursos microfonamos a bateria com dois microfones horríveis que o Daniel comprou na época e o resto dos instrumentos com outro microfone. Além do microfone da voz. Pra piorar, como o som era gravado diretamente na fita K7 era impossível uma mixagem ou ajuste posterior. Então, o que se ouve nessa gravação é um milagre! Insatisfeitos com a qualidade dessa gravação porém felizes com as músicas inventamos outro jeito de gravar nossas músicas. 

A capa da fita K7
Contra-capa da fita K7


Nós, durante a gravação dessa fita. Destaque para o nosso roadmanager Graham Bell
Um
Um dos áudios (abaixo) dessa gravação em fita K7, "Baby, Don't Worry" foi gravada em uma versão completamente diferente no Flexão Científica.


Com o auxílio do Lucas Sagaz, fomos até a casa do João di Caetano (Arcadya, Todos os Céus, e que sempre foi interessado em gravação, homestudio etc. e inclusive montou um belo estúdio de gravação em casa a pouco tempo) e pedimos pra ele nos ajudar nos fornecendo algum software de gravação que não exigia uma boa placa de áudio e nem uma boa configuração de hardware do computador, coisa que não tínhamos. Eles nos passou o CoolEdit. 
Em 2009 começamos as gravações, com os mesmos (ruins) equipamentos (microfones, mesa etc.) Porém como estávamos gravando em um computador, com um software de gravação, podíamos gravar um por vez e fazer os overdubs necessários, além de poder fazer os ajustes e mixagem após finalizada a gravação. Foram dias de trabalho insalubre, horas na frente do computador e quem mais sofreu foi o Daniel, que ficou operando as gravações o tempo todo. O que mais prejudicou essa gravação foi a falta de equipamentos, dá pra perceber nitidamente a oscilação do áudio em algumas partes da música, pois não tínhamos placa de som ou até mesmo aterramento no estúdio, o que ocasionava esse defeito sonoro.
Depois de finalizado o disco fizemos algumas fotos promocionais com o auxílio do nosso road manager Alexandre Graham Bell. Infelizmente essas fotos ficaram horríveis, pois era noite e não tínhamos recursos técnicos pra essa situação. Mas aproveitamos algumas delas e inclusive as usamos até hoje. Em fevereiro de 2009, lançamos no MySpace o disco Flexão Científica.

Uma das fotos tiradas pelo Graham Bell.

O Flexão Científica saiu com 13 músicas nossas, durante as gravações ainda gravamos alguns covers que optamos por não divulgar junto com as músicas do Flexão Científica, mas que posteriormente foram divulgadas na internet, e inclusive tiveram um bom número de downloads. Elas eram "I've got a feeling" dos Beatles, "Folsom Prison Blues" do Johnny Cash e "Você Pode Até Pegar" do Cachorro Grande. Você pode ouví-los no SoundCloud da banda.

Até hoje me divirto ouvindo esse disco, convido vocês a ouvir também:


Após ótima repercussão dos amigos e de outras pessoas a respeito do disco, nos inscrevemos num festival que ia rolar em Belo Horizonte, organizado pela Malu Aires (Sagrado Coração da Terra de Marcus Vianna, JunkBox), chamado BH Indie. A partir de seletivas com votos de jurados e do público seriam selecionadas bandas de Belo Horizonte para participar do evento sendo que as bandas do interior e de outros estados não precisariam participar das tais seletivas. Decidimos nos inscrever como banda de Belo Horizonte, ao invés de banda do interior pois a maioria dos integrantes residiam em BH, e assim participaríamos das seletivas. A maioria dos shows desse festival era realizado no Matriz, antigo conhecido nosso (Eu e Daniel, pois tocamos por lá em 2007 com os Snakes), localizado em baixo do edifício JK, na esquina da Guajajaras com a Olegário Maciel. Mas além do Matriz, o BH Indie realizaria shows em outras casas como o Lapa Multishow, A Obra, Stonehenge, Motorock entre outras que não me recordo. A idéia do festival era muito bacana, reunindo bandas de vários estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas, etc.) e exigindo a execução exclusiva de música autoral. Porém, como já foi dito aqui, infelizmente essa fissura por música cover também reinava (e reina) em Belo Horizonte e tivemos pouco público em todas as casas por onde o festival passou.
Tocamos então nas primeiras seletivas (No Matriz) e nos classificamos para as seletivas finais (Também no Matriz). Enxergávamos essas seletivas como ótimas oportunidades para estarmos tocando ao vivo, independente de classificar ou não para o festival. O fato é que nos classificamos.
O vídeo abaixo, filmado pela organização do festival se não me engano é da seletiva final. No nosso canal do YouTube temos vários vídeos desses shows do Matriz: 

A gente sempre ensaiava antes dos shows do Matriz, este provavelmente é um desses ensaios.

Durante o festival, fizemos outro show no Matriz e tocamos também no Motorock, bar de um motoclube de mesmo nome. Esse show do Motorock foi muito bacana pois contou com a presença de vários amigos nossos de Arcos além de outras pessoas que estavam nos acompanhando desde as seletivas no Matriz. Outro fator muito bacana desses dois show foi termos dividido palco e conhecido a banda "Foil Empire" de Campinas(SP) no show do Matriz e as bandas "0 hora" de Manaus (AM) e a "Três Amperes" de Presidente Olegário (MG) no Motorock.
Pós algum dos shows do Matriz, da esquerda para a direita: Mongo'o, Mudo, eu, Jeffão, Felipe (Foil Empire) e Malu Aires.

Abaixo os vídeos dos shows do Matriz e do Motorock, respectivamente:
 

Na mesma época tocamos algumas vezes em Arcos, no bar D2 e na Casa de Cultura durante a realização do Hanoi Pocket Show III.
Apresentação no Bar D2, em Arcos.
"Flexão Científica" nos trouxe muita coisa boa, até hoje acho admirável a repercussão desse disco na internet, levando em consideração as condições precárias em que foi produzido e gravado. Pessoas de diversos lugares se interessaram pelo nosso som, e em especial um pessoal de Búzios, que se tornaram grandes entusiastas do nosso som e inclusive fomos entrevistados por um Blog de lá chamado O Curinga de Búzios. Nessa entrevista contamos um pouco mais sobre a banda, segue o link:


Um dos fatos que mais chamam atenção ao vivo é que, mesmo num pequeno público, você ouvir alguém gritando o nome de uma música da sua banda e essa pessoa não seja seu parente ou amigo e sim alguém que te ouviu de verdade na internet e que está ali pra curtir seu som! Isso é foda! E acontecia com os Flexionators!
Depois do fim do BH Indie, a Malu Aires selecionou duas das bandas que ela julgou que mais se destacaram no festival e presenteou a primeira com a gravação de um EP e a segunda com a gravação de um single. Para a nossa felicidade e surpresa fomos uma das duas bandas selecionadas e ganhamos a gravação de um single no "Studio Hum" em Belo Horizonte. A banda que gravou o EP se chamava "Os 4 ventos".
Escolhemos para a gravação do single a música "Jogo do Bicho", contrariando as expectativas da Malu Aires que queria que gravássemos "Minha Cueca Azul Calcinha". Escolhemos "Jogo do Bicho" pois ainda não tinha sido gravada e o público curtia bastante quando tocávamos ela ao vivo. 


Após a última sessão de gravação dos instrumentos no Studio Hum. Da esquerda para a direita Eu (Michel Miojjo), Lucas (o técnico do Studio Hum), Daniel Mudo e Jeffão.

Durante a gravação das guitarras, eu e Jeffão
Quanto à gravação, apesar da boa vontade dos técnicos do estúdio não tínhamos muito tempo para gravar e mixar com calma e, na minha opinião o processo de mixagem deixou muito a desejar, principalmente a bateria e a guitarra base. Mas fazer o quê né. Em março de 2010 disponibilizamos o single no Myspace.



Ainda em 2009 tocamos no Matriz a convite da Malu na véspera de Natal e em fevereiro de 2010 voltamos ao Matriz e fizemos nosso último show lá. Nos apresentamos também em Arcos no Barril Velho, antigo Bar D2.
Em 2010, tocamos no Gringo's (Antigo Kibut's) dividindo palco com a banda Anastésia. Esse show contou com as participações especiais de Gustavo Romualdo (Snakes, The 60's) e Dudu Capote.
Eis um vídeo dessa apresentação:


Finalizando 2010, tocamos no Degrau's, no dia 25 de dezembro, numa festa de natal feita pela galera da 20&10.
A partir daí nosso tempo dedicado aos Flexionators foi ficando cada vez menor e fizemos poucas apresentações ao vivo nesses últimos quatro anos. O Pedro Mongo'o se formou em medicina e a vida dele ficou muito mais corrida, o Daniel voltou a morar em Arcos e tocamos algumas vezes eu, Daniel e Jeffão nesses quatro anos porém usando outros nomes e contando com a participação de outros integrantes. 

Deixo os alguns links dos Flexionators para quem tiver interesse no restante do nosso material:
Youtube: https://www.youtube.com/user/theflexionators
Facebook: https://www.facebook.com/TheFlexionators
SoundCloud: https://soundcloud.com/theflexionators


Apesar da falta de tempo, continuamos a manter contato e pretendemos gravar a continuação do Flexão Científica em breve. Aguardem!
Os Flexionators agradecem a todas as pessoas que direta ou indiretamente influenciaram positivamente toda essa nossa história, mas em especial ao Elves, Jussara, Lila e Rosarinha pela paciência e por ceder o espaço para ensaiarmos e gravarmos, ao Lucas Sagaz, João Di Caetano, Graham Bell, Adriano Rodrigues, Gustavo Romualdo, Jéssica, Karina, Isa, Bruna, Galera do Basket, Junio Rabelo, O Curinga de Búzios, BH Indie, RonyStones, Studio Hum, às sobrecoxas de frango da Pif Paf, Stub!, Jogo de neve e ao Juanito!

Flyers e filipetas:
Primeiras Seletivas do Matriz
Seletivas finais
Divulgação do show do D2 no Whiplash
BH Indie III






D2 - Arcos
Projeto Matriz - 2010


Capa do EM Cultura sobre o BH Indie. Destaque pro Mudo, que tá ali no meio da galera.



3 comentários:

  1. Eu estava nesse dia da foto no bar D2...se não me engano Pé na Cova e Filipim abriram o show pra vocês...

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  2. foi isso mesmo Salviano. Foi dahora esse show.

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  3. Eu estava lá nos show do Matriz e Motorock kkkkk.

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